Chegada a 37 semana (08/09), criei certa expectativa de que o teu nascimento ocorresse na data que antevi, que seria entre 15/09 e 19/09, realmente não gostaria que tu viesses em 20/09.
Ainda não havia expectativa quanto ao nascimento, somente quanto a data.
Fizemos uma eco no dia 14/09/2020 e ali descobrimos que tu tinhas atingido cerca de 3800kg e estava com 49 cm, e aqui me preocupou.
Queria muito um parto normal, inclusive sem analgesia, mas comecei a pensar que pelo teu tamanho não seria possível.
Eu e teu pai buscamos na internet e vimos vídeos de doulas afirmando ser possível o parto, ainda que com nene de mais de 4kg, aliás estávamos desconfiados que tu virias com cerca de 4,5kg, porque minha fome estava monstra e não conseguia parar de comer.
No inicio do mês fechamos a compra da sala da Borges, e também iniciamos projetos e orçamentos e eu comecei a correr com tudo de forma a antecipar os prazos e a obra, porque eu não sabia como iria ser quando do teu nascimento, se conseguiríamos ter uma rotina ou se eu ficaria acabada
Então, passando as semanas, comecei a me preocupar que passasse das 40 semanas, porque já estava muito cansada, inchada, com dor nas costas e qse sem posição para dormir, fora o humor insuportável.
Sábado dia 26/09 eu e papai fomos comprar piso para a sala nova.
Na verdade toda a semana precedente estava cansada e sem vontade de fazer nada.
Na virada do sábado para o domingo, comecei a sentir umas cólicas de ir aos pés, e fiquei incomodada, tentei algo até as 2h da manhã qdo resolvi deitar para descansar. Estava incomodada, não tinha posição e aquela dorzinha persistente.
As 3h quando o Gustavo veio deitar, as cólicas passaram a ser como as fortes das regras e não era possível dormir, me levantei e fui para a sala.
Elas começaram a ritmar, e anotei em um papel, quando passaram a ser de 2 em 2min, isso eram 04h15, momento em que liguei para a mãe, e monitorei até as 05h30, quando fiz nova ligação pedindo para que o pai viesse nos pegar para nos levar ao Hospital de Clínicas, onde chegamos por volta das 06h40.
Fomos bem recebidos e atendidos. Fizeram monitoramento inicial (pressão e temperatura), bem como toque e eu estava com 2 dedos de dilatação. A médica me explicou que ainda não era fase ativa do parto e que ficariam me monitorando por algum tempo. Foi oferecida analgesia e eu aceitei sem piscar, porque as dores eram ruins.
Consegui cochilar e relaxar um pouco.
Quando acordei, pelas 09h30, fui submetida a novo monitoramento e toque e estava com 3 dedos de dilatação, pensei que se continuasse assim, a evolução seria rápida e logo-logo tu estarias entre nós.
Como as dores recomeçaram eu fiquei caminhando e caminhando, dançando, rebolando para ajudar, mas novamente fiquei cansada e pedi analgesia de novo dormi e às12h nos dispensaram porque não havia fase ativa de trabalho de parto.
Voltamos para casa, estava cansada e com fome. Mas as dores eram persistentes.
Gustavo preparou tudo para almoçarmos e consegui ir tirar um soninho, até as contrações voltarem com tudo e ter que novamente ficar na sala controlando o ritmo e monitorando a dor.
Mae, Quel, Juliana e Bel ficaram no contato para saber como eu estava me sentindo.
Foi por volta das 20h que a Raquel teve a ideia de me levar para a casa da mãe, porque eu estava com três contrações a cada 10min.
Por volta da 21h aceitei e vieram me buscar.
Logo depois saímos para o Hospital novamente.
Tive que passar no setor de Covid antes para verificar se não tinha nada porque estava com 37°C de temperatura e calafrios. Mas eu não havia dormido muita coisa nas ultimas 24h, nem comido e estava com dor, acho que era justificavel.
Gustavo me levou na cadeira de rodas, por causa da dor.
Voltei no CO e ainda estava com 4 dedos de dilatação.
Me deram nova analgesia e eu consegui dormir de novo.
Qdo acordei, pronta para novos exercícios e feliz por estar no hospital.
Fizeram novo toque pelas 22h30/23h e cheguei aos 5 dedos! Uhuuu, fui internada!
Eu estava muito, muito feliz, porque tudo que queria era ganhar a Manu naquele dia.
Ficamos em uma sala pré parto, tomei banho, botei camisola do Hospital.
Usei a bola de pilates para exercitar e assim, passamos a madrugada.
Gustavo não tinha mais posição para as costas, pq estava há muito tempo sentado.
De madrugada novo toque e estava com 7 dedos de dilatação, maravilha estávamos quase.
5h da manhã, e os 7 dedos ainda eram os mesmos, romperam minha bolsa pelas 6h.
7h da manhã e ainda eram os mesmos 7 dedos de dilatação, e as contrações começaram a ficar amis intensas.
As contrações eram horríveis e eu não ia conseguir relaxar a ponto de conseguir a dilatação ideal.
Estava me contorcendo, chorando e implorando por um analgésico que aliviasse.
Eram cerca de 08h30, Professor Gean chegou, disse que já tinha visto meu acompanhamento, fez novo exame de toque e eram os mesmos 7 dedos e finalmente autorizou a cesárea.
Sinceramente dei Graças a Deus e entendi que parto humanizado é aquele melhor para mãe e bebe.
A equipe prontamente veio, com o termo de autorização, e tão logo assinado, iniciou os preparativos para o parto.
Foram super atenciosas, divertidas (enquanto eu praguejava todas as mulheres que apoiavam o parto normal kkkkk) e também consegui ver o quanto expostos ficam os profissionais de saúde, a enfermeira me abraçou para que eu pudesse relaxar e a médica aplicar a anestesia.
Assim, que não senti as pernas, outras duas técnicas vieram com a maca para me transferir para a sala do parto.
Lá foram feitos os exames de toque na pele para saber se a anestesia era suficiente, vai até embaixo do seio, na altura do estomago.
Quando afirmei que sim, levantaram o TNT azul e seguraram meus braços abertos.
Era estranho sentirem mexer em mim, aquela pressão, sem dor.
O Gustavo teve que descer na hora para entregar um cheque ao Toni para ele pagar uma cliente.
Conversei normal com a equipe, quando iniciaram o parto.
Estava ansiosa pelo Gustavo.
Ela chorou!
Logo, puseram a Manuela na minha frente, grande e em formato de bolinha, chorando.
Linda!
Não chorei, mas foi um momento de grande emoção.
Falei com ela, e ela deu os mesmos tapinhas que eu dava na barriga na minha mão.
Gustavo chegou e também ficou admirado com o nosso pedacinho que estava diante de nós.
Ficamos um pouquinho juntinhos e levara ela para os procedimentos. Gustavo acompanhou.
A equipe toda só elogiando, o bebezão que havia nascido, lindo e saudável.
Iam chegando e perguntando do nenê lindo que havia nascido.
Fiquei na sala do parto, agora com menos pessoas, sendo costurada.
Quando acabaram fui levada para a sala de recuperação, com a Manuela no corpo e o Gustavo junto.
Ela começou a mamar, ou pelo menos tentar.
Ficamos cerca de 5 ou 6 horas nesta sala até conseguir que me levassem para o quarto.
Me levaram quando o efeito da anestesia nas pernas já havia passado, e também quando eu já havia bebido água e estava bem.
Estava louca de fome, pois a tensão passou.
Gustavo pode ficar mais um pouquinho, mas logo teria que ir embora, pois o horário de visitas já havia passado.
Antes de ir, pude ir tomar banho que deveria ser acompanhado da enfermeira, em razão da anestesia, e felizmente deu tudo certo.
Os dias no Hospital foram de atividade intensa, pois a primeira noite a Manu chorou bastante, e eu conversei um tanto com a mulher que estava no biombo ao meu lado. Ela havia ganho um menino que também estava chorando.
Conseguimos dormir cerca de 2h nesta noite.
Manu sugou meus seios, mas não sei se saiu muita coisa, acho que só o descia um pouco do colostro.
Na manhã seguinte, as visitas da equipe pela manhã foram intensas e a moça ganhou alta.
O Gustavo veio me visitar, ficou cerca de 2h, momento que aproveitei para um banho e conversarmos.
Ele teve que ir providenciar algumas coisas para o escritório e por isso não ficou todo o tempo da visita.
Muitas pessoas felicitando o nascimento da Manu e querendo notícias de como estávamos.
Nesta segunda noite, estava só do meu lado do quarto, e no outro lado haviam duas mulheres, uma em cada canto.
Manu sugou os seios durante o dia e também a noite, chorava com mais frequencia.
Enfermeira Tatiana passou para ver se estava tudo bem e me disse de forma muito carinhosa, que se precisasse de uma dose de formula poderia providenciar.
Depois de umas 2 ou 3h aceitei a sugestão e foi ai que consegui dormir.
Manu dormiu por cerca de 1h30 e quando estava no bom do sono, voltou a chorar de novo e pedi mais um copinho, dormi mais cerca de 1h30 e as rondas da manhã iniciaram.
Estava irritada já, eram 3 noites praticamente sem dormir e estava ansiosa pela alta.
Uma médica passou bem cedo, mas eu ainda estava dormindo, não sei bem o que falei, nem sei bem o que ela fez, porque depois esqueci, tal era o cansaço.
Depois passou a pediatra, duas vezes, a gineco, o pessoal da orientação da amamentação e cada passada era uma apertada no mamilo para saber do tal leite, que não vinha.
Ganhei alta, Manu ainda não, eram cerca de 10h.
Por fim, alta da Manu, me deram todas orientações e prescrições.
Fiquei aguardando o Gustavo chegar.
Tomei banho, vesti a Manu, guardei nossas coisas.
Logo depois Gus chegou e em seguida pai e mãe.
Avisei a Lúcia para nos encontrarmos na saída, conversamos um pouco, tiramos fotos.
Embarcamos no carro e fomos para casa.
Agora já sentia mais as dores da cirurgia.
Primeiro dia em casa teve muito choro, porque meu leite não desceu.
Compramos Aptamil para a Manu se alimentar, e foi com isso, que o choro cessou.
Tomou uma dose pelas 19h e outra pelas 22h.
Meu leite veio quinta de manhã, mas meus seios ficaram muito machucados, com sensação de queimadura de sol na pele.
Passei uns dias com o sutiã aberto e só pomada millar nos seios.
E aos poucos foi melhorando.